- Área: 148 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:João Morgado
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Fabricantes: 3DOGMA, Azulima, Sanindusa
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projecto localiza-se na zona histórica da cidade do porto e faz parte de um conjunto de quatro edifícios do início do sec XX.
O edifício estava dividido em duas frações autónomas, uma loja e uma habitação sem qualquer ligação entre elas.
O programa caracteriza-se como “uma casa para um artista” O proprietário é um artista plástico portuense já consagrado que pretendia e tinha como objetivo juntar neste edifício a sua habitação, o seu atelier e o seu grande acervo. Tudo num mesmo espaço.
A inserção e contexto urbano foram determinantes para se optar pela recuperação de todo o exterior do edifício repondo o seu caracter original.
Dado ao mau estado de conservação de todo o interior, à forma e condições atuais de habitar e ao programa a desenvolver todo o interior foi demolido aproveitando-se apenas a laje que separa a loja da habitação.
A estrutura/ volumetria pré-existente do edifício obrigou a um desenvolvimento do programa em 4 pavimentos criando-se um “loft vertical” de planta aberta. Todos os espaços estão ligados entre si por um elemento solto e central com 9,60m de altura que cruza e organiza todos os pavimentos. O único espaço encerrado é o quarto.
O atelier e o acervo do artista funcionam num só espaço dividido por um mezanino onde o elemento solto e central se caracteriza por uma estante de grandes dimensões que funciona como separação física do atelier para o acervo ao mesmo tempo que permite o armazenamento dos milhares de pequenos desenhos e pequenas esculturas do artista.
O terceiro pavimento está à cota do interior do quarteirão e é onde se desenvolve toda a habitação. Aqui o móvel central é ocupado pela cozinha que se abre para a sala tipo kitchenet e ao mesmo tempo separa a zona social do pequeno foyer que distribui para todos os espaços da casa e onde está a entrada original da habitação feita pelo interior do quarteirão.
O ultimo piso é um mezanino central apoiado nas paredes laterais que se abre para os dois lados da habitação e onde o elemento central passa de novo a estante. As escadas desenvolvem-se sempre na mesma face do móvel o que permite a leitura integral do mesmo reforçando a linguagem formal e o conceito de loft vertical utilizado neste projecto.
Os materiais utilizados no interior são bastante despojados e contemporâneos como o micro-cimento, o OSB, o ferro e a rede criando um contraste absoluto com o exterior. Por fora o antigo original recuperado; por dentro o contemporâneo novo. As paredes foram pintadas de branco e o pavimento é da cor cinza deixando o móvel central sobressair pela textura e cor natural do OSB. No entanto ainda no interior houve a preocupação de criar um link com a identidade do edifício antigo através da manutenção das portadas originais e da aplicação de materiais como a madeira nas escadas, o azulejo no wc e o mosaico hidráulico artesanal no pavimento da cozinha.